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A importância da radioterapia no tratamento oncológico

A importância da radioterapia no tratamento oncológico


Muitos pacientes oncológicos são submetidos à radioterapia. Essa forma de tratamento, ao lado da quimioterapia e da cirurgia, compõe o tripé mais utilizado entre as condutas terapêuticas do câncer. "Na maioria dos casos, a radioterapia é realizada em ambulatório. Dificilmente, o paciente precisará ser internado e em 60% dos casos ela é realizada associada à quimioterapia", explica o Diretor do Serviço de Radioterapia do A.C.Camargo Cancer Center, Dr. Antonio Cássio A. Pellizzon.

Nas sessões, o paciente é submetido a doses de radiação, que não são visíveis aos olhos e não provocam dor. Diferentemente da quimioterapia, que atua nas células de todo o organismo, a radioterapia é localizada: as doses de radiação são aplicadas no local do tumor e o número e o tempo das sessões são calculados de acordo com o tipo e volume da doença, além de características do paciente.

A radioterapia pode ser indicada como tratamento principal, casos em que o paciente não precisa de cirurgia e de quimioterapia. Também como terapia pré-operatória, com objetivo de diminuir o volume tumoral para facilitar ou possibilitar a ressecção cirúrgica. Ou, ainda, depois de uma cirurgia de câncer, para atuar sobre eventuais células tumorais restantes e evitar o risco de a doença voltar (ou recidivar, como dizem os médicos). Segundo Dr. Pellizzon, a aplicação de radioterapia pós-operatória é uma das mais utilizadas hoje, principalmente, em casos de câncer com risco significativo de recidiva, como os tumores de mama, útero, cabeça e pescoço, pulmão e pâncreas.

Formas de aplicação

Há duas formas de aplicação de radioterapia: a teleterapia ou radioterapia externa, em que a radiação provém de um equipamento externo ao corpo do paciente, em geral o Acelerador Linear ou AL; e a braquiterapia, em que o material radioativo é colocado dentro do volume tumoral na forma de placas ou sementes, por tempo determinado ou permanentemente.

A braquiterapia é muito utilizada em casos de câncer ocular, próstata e ginecológico. Para tratar tumores oculares, o paciente fica internado sozinho por alguns dias para evitar a contaminação por radiação de outras pessoas. Antes de ter alta, o material radioativo é retirado e já não há mais risco de contaminação. Já para o câncer de próstata são colocadas dentro do órgão cerca de cem sementes de material radioativo. Isso é feito de forma que toda a radiação é absorvida pelo organismo do paciente, que não necessita de internação e não representa qualquer risco de contaminação para quem está próximo. Na teleterapia, os raios atravessam o corpo do paciente e ele também não fica com qualquer resíduo radioativo.

Efeitos colaterais

Mesmo sendo um tratamento localizado, a radiação atua sobre as células tumorais e sobre as sadias que estão próximas, podendo causar danos subletais a ambas. A diferença é que as células tumorais, comparadas as dos tecidos normais, têm menor capacidade de reparar o dano causado pela irradiação. Portanto, ao longo das sessões e de seus intervalos, enquanto as células cancerígenas vão se enfraquecendo e morrem, as sadias vão se recuperando.


Os efeitos colaterais acontecem quando algumas células sadias do organismo do paciente não conseguem se recuperar completamente dos danos causados pelo tratamento. A pele que recebe radiação pode, por exemplo, ficar vermelha, inchada, ressecada, pode descascar e, em raríssimas situações, formar úlceras. Se a irradiação for na região da cabeça e pescoço, o paciente pode apresentar alteração na mucosa, como a formação de aftas na boca que dificultam alimentação ou a fala. No intestino, a irradiação pode ocasionar diarreia, ulceração e sangramento.

Mas há recursos terapêuticos que ajudam a amenizar os efeitos colaterais. "Não temos como prever se o paciente sofrerá ou não desconforto. No caso de linfomas, por exemplo, que exigem baixas doses de radiação, eles podem não acontecer", diz Dr. Pellizzon.

Em um centro de referência como o A.C.Camargo, há uma equipe de apoio que acompanha o paciente antes, durante e depois do tratamento, com objetivo de atenuar possíveis efeitos colaterais. Esse time é formado por profissionais experientes em oncologia e especializados em Odontologia, Nutrição, Estomatologia, Fonoaudiologia e Enfermagem, entre outros.

Antes de iniciar a radioterapia

A aplicação da radioterapia é feita com o paciente sozinho na sala. Cada sessão dura de um a quatro minutos. Mas antes de chegar a esse momento, há uma rotina individualizada de preparação, que dura, em média, dez dias.

Primeiro, o paciente realiza uma consulta de avaliação em que são definidos o tipo do tumor, a quantidade de dose de radiação e os acessórios necessários. Depois, faz uma sessão no simulador para determinar a necessidade de máscara e imobilizadores específicos, que o ajude a ficar imóvel e confortável.

O próximo passo é fazer exames de tomografia ou de ressonância, conforme o caso, que fornecerão dados essenciais para o planejamento terapêutico. Com base nessas informações, uma equipe multidisciplinar, formada por médicos, físicos, dosimetristas, técnicos e enfermagem, começa a trabalhar. O médico demarca o volume tumoral que precisa de irradiação e todas as estruturas normais que estão próximas a região do tumor e os limites de dose.

Depois, o físico calcula qual a forma e quantos são os campos de feixe de irradiação para que haja uma distribuição de dose perfeita para aquele paciente. Antes de iniciar o tratamento, o plano terapêutico precisa ser aprovado pelo médico e testado no simulador para ver se tudo que foi decidido é, realmente, possível de ser realizado.


Fonte: http://www.accamargo.org.br/